quarta-feira, 9 de maio de 2007

O ÔNIBUS

O ÔNIBUS

O ônibus carrega mundos.
Lá fora, cidades passam...
O ônibus leva malas
cheia de ontens
e amanhãs...
Algumas adormeceram.
Outras conversam entre si.
Dentro do ônibus
há mais de novecentos anos
sentados nos bancos
confortàvelmente.
Olhos colados no horizonte.
É a ânsia da chegada
a lugar nenhum...
O ônibus, casa que roda.
Olhos fitos em janelas de gelo.
Pensamentos verdes.
Folhas tremulam,
mãos dando adeus aos que passam.
As casas espiam imóveis...
Nas janelas
olhos se fartam de ver/de.
O rio distante
serpente de prata
a dormir em leito de esmeralda.
Nuvens andarilhas
contemplam pradarias
e sonham futuras chuvas.
O asfalto: linguagem interminável
cinzenta e cálida
lambe rodas indecifráveis...

SP 10 02 2005

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